LXVI
FRANK
APESAR DO CALOR DO MEIO-DIA e da furiosa tempestade de energia mortal, havia um grupo de turistas nas ruínas. Felizmente, não eram muitos e não deram muita atenção aos semideuses. Após as multidões em Roma, Frank parara de se preocupar demais com a possibilidade de serem notados. Se podiam entrar voando no Coliseu com um navio de guerra e balistas em chamas sem nem mesmo atrapalharem o tráfego, ele achava que podiam fazer qualquer coisa. Nico caminhava à frente do grupo. No topo da colina, escalaram um velho muro de contenção e caíram do outro lado em uma trincheira. Finalmente chegaram a um portal de pedra que levava diretamente ao interior da colina. A tempestade mortal parecia se originar bem acima de suas cabeças. Olhando para o turbilhão de tentáculos de escuridão, Frank sentiu como se estivesse preso no fundo de uma privada. Aquilo realmente não acalmou seus nervos. Nico encarou o grupo. — A partir daqui, fica difícil. — Legal — disse Leo. — Porque até agora estou achando tudo uma moleza. Nico olhou para ele. — Vamos ver por quanto tempo você mantém o senso de humor. Lembremse, este é o lugar aonde os peregrinos vinham comungar com seus antepassados mortos. No subsolo, vocês poderão ver coisas que são difíceis de olhar, ou ouvir vozes que tentarão fazê-los se perderem nos túneis. Frank, você trouxe os bolos de cevada? — O quê? Frank estava pensando em sua avó e em sua mãe, perguntando-se se elas poderiam aparecer para ele. Pela primeira vez em dias, as vozes de Ares e Marte voltaram a discutir no fundo de sua mente, debatendo suas formas favoritas de morte violenta. — Eu trouxe os bolos — disse Hazel e pegou os biscoitos de cevada mágica que fizeram com os grãos que Triptólemo lhes dera em Veneza.
— Comam — aconselhou Nico. Frank mordeu o biscoito da morte e tentou não engasgar. Parecia que era feito de serragem em vez de açúcar. — Eca! — exclamou Piper. Até mesmo uma filha de Afrodite não conseguiu evitar fazer uma careta. — Muito bem. — Nico engoliu o restante da cevada. — Isso deve nos proteger do veneno. — Veneno? — perguntou Leo. — Perdi a parte do veneno? Porque eu adoro veneno. — Logo — prometeu Nico. — Apenas fiquem juntos e talvez possamos evitar ficarmos perdidos ou loucos. Com essa feliz observação, Nico os guiou para o subterrâneo. O túnel descia em uma espiral suave, o teto sustentado por arcos de pedra branca que faziam Frank se lembrar da caixa torácica de uma baleia. Enquanto caminhavam, Hazel passou a mão pela parede. — Isso não faz parte do templo — murmurou. — Isso era… o porão de uma casa senhorial, construída em tempos gregos posteriores. Frank achava estranho como Hazel poderia saber tanto a respeito de um lugar no subterrâneo apenas estando ali. E ela nunca se enganara. — Uma mansão? — perguntou ele. — Por favor, não me diga que estamos no lugar errado. — A Casa de Hades fica mais abaixo — assegurou Nico. — Mas Hazel está certa, o nível onde estamos agora é muito mais recente. Quando os primeiros arqueólogos descobriram este lugar, pensaram ter encontrado o Necromanteion. Então perceberam que as ruínas eram muito recentes, e decidiram que estavam no lugar errado. Mas estavam certos. Apenas não cavaram fundo o bastante. Todos dobraram uma esquina e pararam. À frente deles, o túnel terminava em um enorme bloco de pedra. — Um desmoronamento? — perguntou Jason. — Um teste — disse Nico. — Hazel, você faria as honras? Hazel deu um passo à frente. Ela colocou a mão sobre a rocha e o bloco de pedra virou pó. O túnel estremeceu. Rachaduras se espalharam pelo teto. Por um momento aterrorizante, Frank imaginou que seriam esmagados por toneladas de terra —
uma forma decepcionante para se morrer depois de tudo que tinham passado. Então, o ruído parou. A poeira baixou. Uma escada circular penetrava mais profundamente na terra. O teto abobadado era sustentado por mais fileiras de arcos, estes mais próximos uns dos outros e esculpidos em pedra negra polida. Os arcos fizeram Frank se sentir tonto, como se estivesse olhando para um espelho que refletia infinitamente a mesma imagem. Nas paredes havia pinturas rústicas de gado negro marchando para baixo. — Eu realmente não gosto de vacas — resmungou Piper. — Concordo — disse Frank . — Esse é o gado de Hades — disse Nico. — É apenas um símbolo de… — Vejam — apontou Frank . No primeiro degrau da escada, brilhava um cálice dourado. Frank tinha certeza de que aquilo não estava ali havia pouco. O cálice estava cheio de um líquido verde-escuro. — Uhul! — comentou Leo sem entusiasmo. — Suponho que este seja nosso veneno. Nico pegou o cálice. — Nós estamos na antiga entrada do Necromanteion. Odisseu esteve aqui, assim como dezenas de outros heróis, buscando o conselho dos mortos. — Será que os mortos os aconselharam a irem embora imediatamente? — perguntou Leo. — Eu adoraria isso — admitiu Piper. Nico bebeu do cálice e, em seguida, ofereceu-o para Jason. — Você me falou sobre confiança e assumir riscos? Bem, aqui está, filho de Júpiter. O quanto você confia em mim? Frank não tinha ideia do que Nico estava falando, mas Jason não hesitou. Ele pegou o cálice e bebeu. Eles o passaram entre si, cada um tomando um gole do veneno. Enquanto esperava sua vez, Frank tentou controlar o tremelique nas pernas e o intestino. Ele se perguntou o que sua avó diria caso pudesse vê-lo. Ela provavelmente o repreenderia: Fai Zhang, seu idiota! Se todos os seus amigos bebessem veneno, você beberia também? Frank foi o último. O sabor do líquido verde lembrou-lhe de suco de maçã
estragada. Ele esvaziou o cálice, que se transformou em fumaça em suas mãos. Nico assentiu, aparentemente satisfeito. — Parabéns. Supondo que o veneno não nos mate, devemos conseguir abrir caminho através do primeiro nível do Necromanteion. — Apenas o primeiro nível? — perguntou Piper. Nico olhou para Hazel e apontou para a escadaria. — Depois de você, irmã.
* * *
Logo, Frank se sentiu completamente perdido. A escadaria se dividia em três direções diferentes. Assim que Hazel escolhia um caminho, a escadaria se dividia outra vez. Eles abriam caminho através de túneis interligados e câmaras mortuárias toscas que pareciam iguais: nichos empoeirados entalhados nas paredes que outrora deveriam ter abrigado cadáveres. Os arcos sobre os portais tinham pinturas retratando gado preto, galhos de álamo-branco e corujas. — Eu pensei que a coruja fosse o símbolo de Minerva — murmurou Jason. — A coruja é um dos animais sagrados de Hades — disse Nico. — Seu pio é considerado um mau presságio. — Por aqui. — Hazel apontou para um portal que parecia igual a todos os outros. — É o único que não vai desabar sobre nós. — Boa escolha, então — disse Leo. Frank começou a sentir que estavam deixando o mundo dos vivos. Sua pele formigava, e ele se perguntou se aquilo seria um efeito colateral do veneno. A bolsa com o graveto que trazia presa ao cinto pareceu ficar mais pesada. Sob o brilho sobrenatural de suas armas mágicas, seus amigos pareciam fantasmas bruxuleantes. Ar frio açoitava seu rosto. Em sua mente, Ares e Marte estavam em silêncio, mas Frank pensou ter ouvido outras vozes sussurrando nos corredores laterais, chamando-o para sair de seu caminho e se aproximar para ouvi-las falar. Finalmente chegaram a um arco esculpido na forma de crânios humanos — ou talvez fossem crânios humanos incorporados à rocha. Sob a luz roxa do cetro de Diocleciano, suas órbitas vazias pareciam piscar. Frank quase bateu no teto quando Hazel tocou em seu braço. — Essa é a entrada para o segundo nível — disse ela. — É melhor eu dar
uma olhada. Frank ainda não percebera que estava parado em frente ao portal. — Ah, sim. Ele abriu caminho para Hazel. A garota correu os dedos pelos crânios esculpidos. — Não há armadilhas na porta, mas… tem algo estranho aqui. Minha sensibilidade subterrânea está… está difusa, como se alguém estivesse tentando me atrapalhar, escondendo o que está à nossa frente. — A feiticeira sobre a qual Hécate nos advertiu? — adivinhou Jason. — Aquela que Leo viu em um sonho? Qual era o nome dela? Hazel mordeu o lábio. — Seria mais seguro não dizê-lo em voz alta. Mas fiquem atentos. De uma coisa tenho certeza: deste ponto em diante, os mortos são mais poderosos do que os vivos. Frank não estava certo de como Hazel sabia daquilo, mas acreditou nela. As vozes na escuridão pareciam estar sussurrando mais alto. Ele vislumbrou movimento nas sombras. Pelo modo como os olhos de seus amigos se moviam, eles também deviam estar vendo coisas. — Onde estão os monstros? — perguntou Frank em voz alta. — Achei que Gaia tivesse um exército defendendo as Portas. — Não sei — disse Jason. Sua pele pálida parecia tão verde quanto o veneno do cálice. — Neste momento eu quase preferiria uma luta aberta. — Cuidado com o que deseja, cara. Leo produziu uma bola de fogo em sua mão, e pela primeira vez Frank ficou contente ao ver as chamas. — Pessoalmente, espero que não tenha ninguém em casa. Nós entramos, encontramos Percy e Annabeth, destruímos as Portas da Morte e saímos. Talvez possamos até dar uma passadinha na loja de suvenir. — Claro — disse Frank. — Pode ir esperando. O túnel estremeceu. Escombros caíram do teto. Hazel agarrou a mão de Frank . — Essa foi por pouco — murmurou ela. — Estes portais não resistirão por muito tempo. — As Portas da Morte acabam de se abrir novamente — disse Nico.
— Está acontecendo a cada quinze minutos — observou Piper. — A cada doze — corrigiu Nico, embora não tenha explicado como sabia daquilo. — É melhor nos apressarmos. Percy e Annabeth estão próximos. Estão em perigo. Posso sentir isso. Quanto mais se aprofundavam, mais os corredores se alargavam. O teto se erguia a mais de seis metros de altura e era decorado com elaboradas pinturas de corujas pousadas em galhos de álamo-branco. O espaço extra deveria ter feito Frank se sentir melhor, mas tudo em que ele conseguia pensar era na parte estratégica. Os túneis eram largos o bastante para acomodar grandes monstros, até mesmo gigantes. Havia cantos cegos em toda parte, o que era perfeito para emboscadas. O grupo poderia ser facilmente flanqueado e cercado. Eles não tinham muitas chances de retirada. Todos os instintos de Frank lhe diziam para sair daqueles túneis. Se não havia monstros visíveis, isso só queria dizer que estavam escondidos, esperando para desencadear uma armadilha. Apesar de ele saber disso, não havia muito que pudesse fazer a respeito. Eles precisavam mesmo chegar às Portas da Morte. Leo aproximou o fogo das paredes. Frank viu pichações em grego antigo na pedra. Ele não sabia ler essa língua, mas achava que eram orações ou súplicas aos mortos, escritas pelos peregrinos há milhares de anos. O chão do túnel estava repleto de cacos de cerâmica e moedas de prata. — Oferendas? — supôs Piper. — Sim — disse Nico. — Se você quisesse ver seus antepassados, tinha que fazer uma oferenda. — Não vamos fazer uma oferenda — sugeriu Jason. Ninguém contestou. — O túnel a partir daqui é instável — advertiu Hazel. — O piso pode… bem, apenas me sigam. Pisem exatamente onde eu pisar. Ela avançou. Frank caminhou bem atrás dela, não porque se sentisse particularmente corajoso, mas porque queria estar perto caso Hazel precisasse de ajuda. As vozes do deus da guerra estavam novamente discutindo em sua mente. Ele podia sentir o perigo — muito perto agora. Fai Zhang. Ele parou. Aquela voz… não era Ares ou Marte. Parecia vir bem do lado dele, como se alguém estivesse sussurrando em seu ouvido.
— Frank? — Jason sussurrou atrás dele. — Hazel, espere um segundo. Frank, o que há de errado? — Nada — murmurou em resposta. — Eu só… Pilo, disse a voz. Eu o espero em Pilo. Frank sentiu como se o veneno estivesse borbulhando de volta à sua garganta. Ele já se assustara diversas vezes antes. Ele chegara a enfrentar o deus da morte. Mas aquela voz o aterrorizava de uma maneira diferente. Ressoava até os ossos, como se soubesse tudo sobre ele: sua maldição, sua história e seu futuro. A avó sempre fizera questão de homenagear os antepassados. Era uma coisa chinesa. Você tinha que apaziguar os fantasmas. Você tinha que levá-los a sério. Frank sempre achara que as superstições da avó eram tolices. Agora, ele mudou de ideia. Ele não tinha nenhuma dúvida… a voz que falara com ele era de um de seus antepassados. — Frank, não se mova. Hazel parecia alarmada. Frank olhou para baixo e percebeu que estava prestes a sair da trilha. Para sobreviver, você deve liderar, disse a voz. Quando a oportunidade surgir, você deve assumir o comando. — Liderar para onde? — perguntou Frank em voz alta. Então a voz se foi. Frank podia sentir a sua ausência, como se a umidade do ar tivesse diminuído subitamente. — Hã, grandalhão? — disse Leo. — Você poderia tentar não surtar? Por favor e obrigado. Todos olhavam Frank com preocupação. — Estou bem — conseguiu dizer. — Foi só… uma voz. Nico balançou a cabeça. — Eu avisei. Isso só vai piorar. Devemos… Hazel ergueu a mão pedindo silêncio. — Esperem aqui. Frank não gostou, mas ela seguiu em frente sozinha. Ele contou até vinte e três antes de Hazel voltar, rosto compenetrado e pensativo. — Lugar assustador adiante — alertou. — Não entrem em pânico. — Essas coisas não combinam — murmurou Leo. Mas todos seguiram Hazel até o interior da caverna.
O lugar era como uma catedral circular, com um teto tão alto que se perdia na escuridão. Dezenas de outros túneis levavam a direções diferentes, cada um deles ecoando com vozes fantasmagóricas. O que deixou Frank nervoso foi o chão. Era um mosaico assustador de ossos e pedras preciosas — fêmures, pelves e costelas de humanos retorcidas e fundidas em uma superfície lisa, pontilhada de diamantes e rubis. Os ossos formavam padrões, como contorcionistas esqueléticos caídos juntos, curvando-se para proteger as pedras preciosas — uma dança da morte e da riqueza. — Não toquem em nada — disse Hazel. — Não planejava tocar — murmurou Leo. Jason examinou as saídas. — Qual o caminho agora? Pela primeira vez, Nico pareceu incerto. — Esta deve ser a sala onde os sacerdotes invocavam os espíritos mais poderosos. Uma dessas passagens leva ao terceiro nível e ao altar do próprio Hades. Mas qual…? Frank apontou. — Aquela. Em um portal na extremidade oposta da sala, um fantasma legionário romano acenava para eles. Seu rosto era enevoado e indistinto, mas Frank teve a sensação de que o fantasma olhava diretamente para ele. Hazel franziu a testa. — Por que aquela? — Vocês não estão vendo o fantasma? — perguntou Frank. — Fantasma? — questionou Nico. Certo… se Frank estava vendo um fantasma que os filhos do Mundo Inferior não podiam ver, algo estava definitivamente errado. Ele sentiu como se o chão vibrasse debaixo dele. Então percebeu que estava mesmo vibrando. — Precisamos chegar àquele portal — disse ele. — Agora! Hazel quase teve que agarrá-lo para contê-lo. — Espere, Frank! Este piso não é estável, e por baixo… bem, não tenho certeza do que há por baixo. Preciso encontrar um caminho seguro. — Depressa, então — insistiu Frank. Ele sacou o arco e seguiu Hazel tão rápido quanto tinha coragem de fazê-lo.
Leo foi logo atrás, para fornecer luz. Os outros guardavam a retaguarda. Frank percebeu que estava assustando os amigos, mas não podia evitar. Ele tinha certeza absoluta de que tinham apenas alguns segundos antes de… À sua frente, o fantasma legionário se vaporizou. A caverna reverberou com monstruosos rugidos: dezenas, talvez centenas de inimigos vindos de todas as direções. Frank reconheceu o rugido gutural dos filhos da terra, o berro dos grifos, os gritos roucos dos ciclopes — sons que o faziam se lembrar da Batalha de Nova Roma, amplificados no subterrâneo, ecoando em sua cabeça ainda mais alto do que as vozes do deus da guerra. — Hazel, não pare! — ordenou Nico. Ele tirou o cetro de Diocleciano do cinto. Piper e Jason sacaram suas espadas enquanto os monstros invadiam a caverna. Um grupo de seis filhos da terra arremessou uma saraivada de pedras que partiu o chão de ossos e joias como se fosse gelo. Uma fissura se abriu no centro da sala, aproximando-se em linha reta de Leo e Hazel. Não havia tempo para ser cauteloso. Frank saltou em direção aos seus amigos, derrubando-os, e os três deslizaram através da caverna, aterrissando no limiar do túnel do fantasma enquanto pedras e lanças voavam sobre suas cabeças. — Vamos! — gritou Frank. — Vamos, vamos! Hazel e Leo entraram no túnel, que parecia ser o único livre de monstros. Frank não tinha certeza se aquilo era um bom sinal. Depois de percorrerem dois metros, Leo virou-se. — Os outros! Toda a caverna estremeceu. Frank olhou para trás e sua coragem se esvaiu. No meio da caverna havia um abismo de quinze metros de largura, com apenas duas frágeis pontes de ossos unindo as bordas. A maior parte do exército de monstros estava do lado oposto, uivando de frustração e arremessando tudo o que podia encontrar, incluindo uns aos outros. Alguns tentaram atravessar as pontes, que rangiam e estalavam sob seu peso. Jason, Piper e Nico estavam na borda do lado oposto, o que não era tão ruim, mas estavam cercados por ciclopes e cães infernais. Mais monstros continuaram a entrar pelos corredores laterais, enquanto grifos voejavam acima de suas cabeças, alheios ao chão que desmoronava.
Os três semideuses nunca chegariam ao túnel. Mesmo que Jason tentasse voar, seria abatido. Frank lembrou-se da voz de seu ancestral: Quando a oportunidade surgir, você deve assumir o comando. — Precisamos ajudá-los — disse Hazel. A mente de Frank disparou, fazendo cálculos de batalha. Ele viu exatamente o que aconteceria: onde e quando seus amigos seriam esmagados, como todos os seis morreriam ali naquela caverna… a não ser que Frank mudasse a equação. — Nico — gritou ele. — O cetro! Nico ergueu o cetro de Diocleciano e a caverna brilhou com a luz roxa. Fantasmas surgiram das fissuras e paredes, uma legião romana preparada para o combate. Começaram a tomar forma física, como zumbis, mas pareciam confusos. Jason gritou ordens em latim, mandando que eles formassem fileiras e atacassem. Mas os mortos-vivos apenas vagaram por entre os monstros, causando alguma confusão, mas aquilo não duraria muito tempo. Frank se voltou para Hazel e Leo. — Vocês dois, continuem. Hazel arregalou os olhos. — O quê? Não! — Vocês precisam continuar. — Foi a coisa mais difícil que Frank já fizera, mas sabia que era a única opção. — Encontrem as Portas. Salvem Annabeth e Percy. — Mas… — Leo olhou por sobre o ombro de Frank. — Para o chão! Frank se deitou no exato momento em que uma saraivada de pedras passou por cima de sua cabeça. Quando conseguiu se levantar, tossindo e coberto de poeira, a entrada do túnel já não existia. Uma seção inteira da parede desabara, deixando uma montanha de escombros fumegantes. — Hazel… — A voz de Frank falhou. Ele tinha que acreditar que ela e Leo estavam vivos do outro lado. Frank não podia se dar ao luxo de pensar o contrário. A raiva cresceu em seu peito. Ele se virou e avançou contra o exército de monstros.
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